Neotrentinos refletem e compartilham experiências de vida no projeto "Saúde na Praça"

Um encontro para refletir e compartilhar experiências de vida. Esta foi a iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Comunitário e Saúde e da Secretaria Educação de Nova Trento com intuito de aproximar os neotrentinos do tema “A vida é tão Rara”. Cadeiras e bancos foram dispostos em forma de círculo ao lado do Coreto Nicolau Bado, no centro, para receber aqueles, que de alguma forma, viram no tema um motivo para sentar-se e manifestar sua opinião.

À sombra das figueiras e ao som de clássicos da MPB, uma roda de conversa foi realizada. Ali, pessoas de diversas faixas etárias reservaram alguns minutos do sábado ensolarado para participar do projeto “Saúde na Praça”.

“O encontro na praça teve a pretensão de inscrever, para além de um gesto simbólico, um manifesto público, que rompeu com o silêncio (na forma social de uma exigência pela felicidade) que tenta calar nossos afetos mais íntimos, produzindo no lugar de nossas palavras, sintomas mortíferos”, destaca o psicólogo e psicanalista, Artur Fabeni da Silveira. A justificativa do encontro baseou-se nos altos índices de suicídios registrados no município nos últimos meses, considerados altos, em relação a média mundial.

Durante a conversa estiveram em destaque os temas relacionados aos efeitos dos novos valores e das modificações contemporâneas, de onde percebe-se a falta de referenciais bem definidos como principal característica: “Fazer ou não fazer”, “certo ou errado”, “bom ou mau”. Todas as noções que marcavam um laço social evidente e que organizavam os papéis sociais estão sendo desfeitos ou se perderam na contemporaneidade. Em contrapartida, uma avalanche de receitas e dicas simplistas de como fazer, emergem aos milhares, produzindo confusão e incerteza.

As questões mencionadas apontam também à identidade da própria cidade. “Para Nova Trento não é diferente. De cidade italiana, com padrões e costumes mais ou menos bem definidos, a cidade se abre para o mundo pela força massiva da globalização e das tecnologias, pela via do turismo e pela vinda de novos moradores, ainda vistos como estranhos no ninho. Além disso, a cidade parece sentir uma saudade de um passado que não existiu”, afirma Artur.

A partir destas transformações sociais, obteve-se ganhos e perdas consideráveis nestes novos modos de se levar a vida. De acordo com o psicólogo e psicanalista, Artur Fabeni da Silveira, a iniciativa teve a pretensão de escutar as angústias e auxiliar os interessados a reconhecer o proveito que se pode ter deste novo momento sócio-histórico, sem deixar de lado os laços afetivos e a importância de prepararmos nossas famílias para este novo momento histórico.

 


Texto: Marcia Peixe e Artur Fabeni da Silveira – Prefeitura Municipal de Nova Trento   

Fotos: Janari Piva e Marcia Peixe