A história do município de Nova Trento inicia muito tempo antes da chegada dos primeiros imigrantes tiroleses (trentinos) e italianos, provenientes do antigo Império Áustro-Húngaro, no atual norte da Itália, a partir de 1875.
No período de 1834 a 1838, esta região do Vale do Rio Tijucas havia sido ocupada por ingleses, vindos dos Estados Unidos da América (irmãos Bonsfield), com a intenção de explorar a madeira abundante do local, principalmente o cedro rosa e a canela preta. Uma serraria foi montada próximo ao atual centro da cidade, aproveitando-se a correnteza do Ribeirão Alferes, afluente da margem esquerda do Rio do Braço.
Christóvão Bonsfield, negociante estabelecido em Nossa Senhora do Desterro, foi o grande propulsor do negócio. Porém, anos depois, foi abandonado, devido às dificuldades encontradas. Suas propriedades passaram depois a Pedro Kohn, que na formação da colônia Nova Trento foram vendidas ao Governo Provincial.
Anos mais tarde, a partir de 1875, começam a chegar os primeiros grupos de imigrantes tiroleses (trentinos e italianos). Eles deixaram para trás um período de crise, fome, miséria e desesperança, pelo qual a Europa passava. O momento coincidiu com a vontade governamental brasileira de povoar as terras localizadas ao sul e também substituir a mão de obra escrava nas lavouras de café do Sudeste brasileiro.
Aliciados pelas companhias de imigração, os imigrantes aportaram no Brasil com a promessa de encontrar uma terra “onde se plantando tudo dá”, rios e riachos em abundância, moradia e trabalho remunerado.
Do porto de Itajaí, os imigrantes foram deslocados para regiões de mata virgem, com poucas condições de comunicação. O grupo dos primeiros imigrantes, cerca de 20 famílias originárias da Valsugana, no Alto Vale do Brenta, no Trentino e de Monza, estabeleceram-se a 16 quilômetros da sede da colônia, em Brusque. Abriu-se uma picada na linha Pomerânia (dentro do atual município de Brusque), até a linha Tirol (no atual Distrito de Claraíba), e nos lotes marginais foram se estabelecendo as famílias.
Os primeiros habitantes receberam seus lotes, localizados em mata fechada, com a presença de insetos, animais desconhecidos e indígenas, também conhecidos como bugres.
A partir de dezembro de 1875 e janeiro de 1876, muitas famílias estavam estabelecidas nas colônias Itajaí-Brusque e Príncipe Dom Pedro. A imigração intensificou-se nos anos seguintes, inclusive com a vinda de alemães, poloneses e outros povos europeus. Até 1880, estima-se que 11 mil pessoas tenham sido instaladas na colônia.
Em 18 de março de 1881, o Decreto nº 8455 emancipou as colônias da região, inclusive aquela a que Nova Trento pertencia (colônia Príncipe Dom Pedro). Em dois de janeiro de 1884 foi criado o Distrito Policial de Nova Trento, tendo como primeiro subdelegado de polícia, Hypólito Eugênio Boiteux. Em quatro de abril de 1884, o Dr. Francisco Luiz da Gama Rosa, presidente da Província de Santa Catarina, sancionou a Lei nº 1074, criando a freguesia e o Distrito de Paz de Nova Trento, sendo nomeado escrivão, Crispim José Martins.
Em oito de agosto de 1892, através da Lei Provincial nº 36, promulgada pelo presidente da província, Tenente Joaquim Machado, Nova Trento tornou-se município. Em 21 de dezembro de 1892, foi criado o Conselho Municipal para dirigir o município até as suas primeiras eleições, que ocorreram somente em 1894 com o voto indireto, elegendo Henrique Carlos Boiteux, como seu primeiro superintendente (prefeito).
Datas importantes para o município
1879 – Chegada do primeiro jesuíta da Província Romana à Nova Trento;
1880 – Compra de objetos sacros para as missas;
1881 – Criação da Escola Mista no município, dirigida pela professora Inês de Castro Sá da Silva Lobão;
1881 – Construção da Capela Santa Ágata, a primeira matriz de Nova Trento;
1887 – Criação do Apostolado da Oração;
1887 – Criação de uma escola para o sexo masculino, regida pelo professor Virgílio Fantini;
1889 – Inauguração da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, Vígolo, no dia 11 de fevereiro;
1889 – Criação da Banda Musical Padre Ângelo Sabbatini em outubro;
1889 – Quatro grandes fogueiras nos montes mais altos do município celebraram a passagem do século. No momento, foram instaladas cruzes nos seguintes montes: Monte Barão de Charlach (com 1.148 metros), Monte Lima (com 1.090 metros), Monte Bela Vista (com 850 metros) e Monte Morro da Onça, atual Morro da Cruz (com 525 metros de altitude);
1890 – Fundação da Sociedade Filarmônica Neotrentina, mantenedora da Banda Musical Padre Ângelo Sabbatini;
1890 – Inauguração do “Hospitalzinho” São Virgílio, em 26 de junho;
1890 – Fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em 12 de julho;
1892 – Em oito de agosto, através da Lei Provincial nº 36, promulgada pelo presidente da província, Tenente Joaquim Machado, Nova Trento tornou-se município;
1892 – Em 21 de dezembro de 1892, foi criado o Conselho Municipal para dirigir o município até as suas primeiras eleições, que ocorreram somente em 1894 com o voto indireto, elegendo Henrique Carlos Boiteux, como seu primeiro superintendente (prefeito);
1895 – Inauguração da Capela Nossa Senhora de Lourdes, construída pela comunidade do bairro Vígolo;
1902 – Primeira missa no Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro;
1912 – Inauguração do Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro, com a colocação no alto da torre da igreja da escultura de Nossa Senhora do Bom Socorro, trazida da França, em nove de junho daquele ano;
1929 – Decreto da Cúria Metropolitana, datado de 3 de outubro, cria a Paróquia São Virgílio. A instalação da nova Paróquia aconteceu em 6 de outubro;
1942 – Inauguração da Igreja Matriz São Virgílio, no dia 02 de agosto;
1948 – Inauguração do Salão Paroquial São Virgílio, no dia 18 de setembro;
1991 – Beatificação de Madre Paulina em 18 de outubro em Florianópolis pelo então Papa João Paulo II;
2002 – Canonização de Santa Paulina em 19 de maio – Madre Paulina foi declarada Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a primeira Santa do Brasil;
2006 – Inauguração do Santuário Santa Paulina, no dia 22 de janeiro.
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