Projeto Adolescência na Escola é desenvolvido nas escolas da rede municipal neotrentina

Com o intuito de aprofundar de forma contextualizada o estudo, a discussão e a reflexão sobre as mudanças biopsicossociais que perpassam a adolescência, bem como as implicações no processo ensino aprendizagem, as psicólogas da Secretaria Municipal de Educação e Esportes de Nova Trento, Samanta Lazzarotto e Sônia Maria de Souza, além da orientadora educacional Hilisbeti Bottamedi Ruberti vêm desenvolvendo, desde o o mês de abril, o projeto Adolescência na Escola que destina-se aos alunos, pais e professores de toda rede municipal de ensino fundamental, contemplando as séries finais, de 5ª a 8ª série. No total, o Projeto atenderá 434 alunos das escolas dos bairros Trinta Réis, Claraíba e Aguti, além de pais e professores, sendo estes os principais envolvidos no processo educativo.

O Projeto Adolescência na Escola tem como objetivo principal proporcionar aos alunos, pais e professores de 5ª a 8ª série, momentos que oportunizem a escuta, a socialização de ideias, sentimentos e experiências referentes à fase da adolescência e sua relação com o processo ensino aprendizagem., discutindo sobre a relevância de oferecer condições favoráveis para o desenvolvimento do potencial criativo do aluno, minimizando assim, comportamentos de indisciplina e violência na escola. Dessa forma, este projeto procura discutir com os alunos, pais e professores sobre a construção e reconstrução das regras, na família e na escola visando o aprendizado de atitudes de cooperação, que contribuam para a melhoria das relações interpessoais e o processo ensino aprendizagem, analisando assim, a importância da apropriação do conhecimento formal e da informação como um dos instrumentos a proporcionar um leque maior de oportunidades na futura escolha profissional, bem como na vida social como um todo.

“É na adolescência que o sujeito vivencia diversas transformações biopsicossociais, ou seja, seu corpo ganha forma se transformando, suas emoções estão mais intensas e cada vez mais os jovens estão na mira das exigências da sociedade em que vivemos hoje”, explicam as psicólogas Samanta e Sônia. Desta forma, com o intuito de estimular a socialização de ideias e a reflexão entre os adolescentes, as especialistas da Secretaria Municipal de Educação e Esportes dividiram o projeto em três etapas de execução. A primeira, já iniciada na semana passada com os alunos da Escola de Ensino Fundamental Professor Francisco João Valle (Trinta Réis), e esta semana com os alunos da Escola de Ensino Fundamental João Bayer Sobrinho (Claraíba), trabalhou o tema “A Construção da Identidade do Adolescente”, enfocando a questão da identidade enquanto construtora da personalidade humana, as relações interpessoais e a criatividade. Músicas, flashes de filmes e dinâmicas contribuirão para o andamento do projeto em todas as etapas.

Para a segunda etapa, as psicólogas trabalharão a temática da sexualidade enquanto construção humana, objetivando o educar para sua vivência plena, tal qual se quer educar para a cidadania, criando assim, um clima favorável, onde os adolescentes poderão obter mais conhecimento sobre a sexualidade humana. Dúvidas sobre a sexualidade, abordando também a questão das drogas e da violência, poderão ser discutidas abertamente pelos alunos. Na terceira etapa será abordada a questão da Orientação Profissional, no qual o adolescente terá a cesso a informações sobre as mais diversas profissões presentes no mercado de trabalho hoje, objetivando o incentivo e a importância de dar continuidade aos estudos, buscando sempre alcançar um futuro promissor longe das drogas e da violência. “As etapas serão desenvolvidas também com os professores e os pais, a fim de oportunizar maior compreensão, além de um desenvolvimento mais abrangente do trabalho”, pontuam as psicólogas.

O Projeto Adolescência na Escola terá uma avaliação contínua, com análise e interpretação dos dados coletados, através de questionários e dos registros das atividades realizadas, de forma qualitativa. “Somente neste primeiro momento, já pudemos perceber que os alunos estão bastante motivados e mostraram muito interesse diante das dinâmicas propostas”, constata a psicóloga Sônia Maria de Souza. “Ao conversar com a direção e os próprios alunos das Escolas Municipais, percebemos que os resultados obtidos durante o início desse projeto foram muito positivos, o que demonstra a importância de se oportunizar um espaço de escuta e discussão aos adolescentes”, complementa a psicóloga Samanta Lazzarotto.

Para tanto, as psicólogas acreditam que um “trabalho integrado, com a interação de educadores e educandos, possibilita a abertura para o mundo das ideias, da informação, do conhecimento a serviço de uma consciência crítica, da sensibilidade e da possibilidade do desenvolvimento de atitudes e ações que venham a contribuir para a valorização da apropriação do conhecimento formal como instrumento para o crescimento enquanto ser humano e o exercício pleno da cidadania”, destacam Samanta Lazzarotto e Sônia Maria de Souza.