Seminário sobre mudanças climáticas destaca necessidade de investimentos em pesquisas

Com o objetivo de discutir temas relacionados ao clima de Santa Catarina, como as estiagens no oeste catarinense e avanços e retrocessos da política ambiental no estado, a Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional (CMMC/CN) e a Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (CTMA/Alesc) promoveram no dia 14 de agosto, Dia Mundial de Controle a Poluição, o seminário "Mudanças Climáticas e Desastres Naturais em Santa Catarina". O evento contou com a presença dos presidentes de ambas as comissões – senadora Ideli Salvatti e deputado estadual Décio Góes, respectivamente – e painelistas ligados a entidades ambientais, meteorológicas e sociais. De Nova Trento, participaram o Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Saulo Voltolini e o responsável pelo setor de projetos e captação de recursos da prefeitura neotrentina, Eluisio Antônio Voltolini.

Durante todo o dia o evento discutiu ações necessárias para prevenir, por exemplo, desastres naturais como as enchentes registradas no litoral do estado em novembro de 2008, além das estiagens prolongadas no Oeste. De acordo com o chefe da Epagri/Ciram, que representa o Grupo Técnico-Científico de Prevenção às Catástrofes no estado, a previsão é que dentro de três a quatro anos Santa Catarina tenha um modelo de estações meteorológicas similar ao da Alemanha, com informações precisas sobre previsões de catástrofes.

O relator da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, deputado federal Colbert Martins (PMDB/BA), destacou que o Brasil precisa ter limites para a emissão de CO2, mas que grandes países poluidores, como Estados Unidos e China, precisam fazer a sua parte. “As ações brasileiras serão levadas ao encontro que será realizado na Dinamarca, no final deste ano, quando deverá ser revisto o protocolo de Kyoto. Se não controlarmos a emissão de CO2, todos sofreremos as consequências, e cabe a todos nós atuarmos nesse sentido.”

Para o deputado Décio Góes, presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Alesc, é necessária uma reflexão profunda sobre o tema que, em Santa Catarina, é preocupante. “Precisamos de consciência e ações urgentes para construir uma sociedade mais sustentável, com medidas coerentes e concretas”, afirmou o parlamentar, que teceu críticas ao Código Estadual do Meio Ambiente. Segundo sua opinião, o código vai contribuir para agravar problemas como enchentes e estiagens.

A senadora Ideli Salvatti, presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, disse que Santa Catarina se propõe a ser um centro de referência sobre mudanças climáticas e desastres naturais. As justificativas são o volume e a gravidade de fenômenos e ainda a organização e experiência da Defesa Civil. “Queremos que o Centro Nacional de Defesa Civil para a Prevenção e Atuação em Catástrofes seja sediado aqui no estado, assim como o Centro Nacional de Estudos Meteorológicos. E para isso já estamos mobilizados”, revelou.

Entre os temas debatidos estiveram, Desastres naturais: causas e relações com as mudanças climáticas, Consequências socioeconômicas dos desastres naturais, O que fazer frente às mudanças climáticas e desastres naturais. Para os debates foram convidados os melhores pesquisadores dos temas como o Mário Mantovani, diretor de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, Promotor Luiz Eduardo Couto de Oliveira Souto, representante do Ministério Público Estadual, Tadeu Santos,coordenador da Ong Sócios da Natureza entre outros mestres na área.

 

Fonte: www.deputadodeciogoes.com