Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos é celebrado nesta segunda-feira
Nesta segunda-feira, dia 05 de Maio celebra-se o 'Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos', a data tem o objetivo de conscientizar a população. Atualmente os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os três principais agentes causadores de intoxicações em seres humanos, decorrentes de acidentes individuais e tentativas de suicídio.
O uso irracional de medicamentos, ou seja, a automedicação, se dá pela variedade de remédios comercializados e o nível de informação sobre medicamentos por parte de usuários, prescritores e dispensadores são alguns dos fatores responsáveis pela manutenção dos elevados níveis de intoxicação medicamentosa no Brasil.
A promoção do uso racional de medicamentos se inicia na prescrição médica. É importante que a receita seja clara e legível, contendo informações básicas como: dose, concentração, via de administração e duração de tratamento. No mundo, os medicamentos ocupam um espaço importante no processo saúde/doença, sendo praticamente impossível pensar em conduta médica e relação médico/paciente sem associar a presença de medicamento.
A automedicação é definida como o uso de medicamentos sem prescrição médica, na qual o próprio paciente decide qual medicamento utilizar, aconselhado por pessoas sem o conhecimento necessário como amigos, familiares, vizinhos ou até mesmo balconistas de farmácia.
Em uma pessoa idosa, a automedicação pode ser ainda mais grave, traz riscos à saúde em vários aspectos. O envelhecimento gera acometimentos simultâneos de órgãos e tecidos, o que pode causar doenças crônicas, além de alterações funcionais. Também provoca modificações na farmacocinética dos medicamentos. Um bom exemplo é o comprometimento da função renal, essencial para depuração de remédios, que são primariamente excretados pelos rins, o comprometimento do fluxo sanguíneo, responsável pelo transporte do fármaco até seu receptor e também da biotransformação hepática, processo responsável pela metabolização.
Assim como nos idosos, as crianças também merecem cuidado, pois alguns órgãos e tecidos ainda estão em desenvolvimento e pode acarretar em intoxicação. Alguns autores observam que a automedicação pode ser realizada de forma responsável e benéfica quando é selecionada uma alternativa terapêutica com o auxílio e orientação de um farmacêutico.
O conceito sobre saúde é: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a simples ausência de doenças e outros danos”. Com isso, podemos afirmar que a Assistência Farmacêutica é parte fundamental dos serviços de Atenção a Saúde, pois o medicamento é elemento essencial. Ele é utilizado como estratégia terapêutica para a diminuição agravos, recuperação do paciente ou redução dos riscos da doença.
A assistência farmacêutica tem entre suas premissas, a utilização dos medicamentos, por meio da prescrição, dispensação e uso, como define o Uso Racional de Medicamentos (URM), entendido como um conjunto de práticas que inclui:
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A escolha terapêutica medicamentosa adequada;
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A indicação apropriada deste medicamento;
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A inexistência de contra-indicação e
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A mínima probabilidade de reações adversas;
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A dispensação correta, incluindo informação apropriada sobre os medicamentos prescritos;
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Adesão ao tratamento pelo paciente;
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Seguimento dos efeitos desejados e de possíveis reações adversas conseqüentes do tratamento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inapropriadamente, e metade dos pacientes não fazem o uso corretamente. Desta forma, é gasto muito dinheiro que, em vez de trazer benefícios, podem ocasionar danos a saúde.
Com a ajuda do profissional farmacêutico, é possível promover o uso racional de medicamentos e com estratégias simples e de baixo custo, como a orientação ao paciente durante a dispensação, educando a comunidade sobre o uso de medicamentos e principalmente os riscos que se pode ter ao tomar uma medicação sem a orientação adequada. O que diferencia o remédio do 'veneno' é a dose, o uso de medicamentos sem orientação pode ser fatal.
Artigo: Jéssica Dias Gonçalves – Farmacêutica CRF/SC 11174